De vez em quando, rebuscando pelos arquivos, descobrimos quão irónico pode ser o destino. Atentem nesta foto publicada pelo Record online esta semana:
Ignorem o homoerotismo latente nesta imagem em que rapazes em trajos menores exuberam com demasiada proximidade. Estávamos em 2000, o mundo não colapsara, o casamento gay ainda era uma utopia e o FC Porto acabara de vencer a finalíssima da Taça de Portugal ao Sporting. Estes cinco rapazes (ou seis, com aquele tapado pelo Domingos - Alessandro, o cambalhota? - não vem ao caso) festejam a derrota do Sporting… desconhecendo que os seus destinos viriam a estar umbilicalmente ligados ao clube que acabavam de derrotar. Senão vejamos:
- Secretário: bom, na realidade, este não viria a ter relações futuras com o Sporting, para além de algum eventual riso dos seus adeptos pelas suas [inserir adjectivo à escolha] exibições. Mas nesse mesmo ano, Secretário já tinha entregado com os pés e ao cuidado de Acosta o bilhete para o título sportinguista, num episódio já deveras escalpelizado. A gratidão dos sedentos adeptos leoninos para com este [inserir substantivo condizente com o adjectivo introduzido acima] foi imensa. Tal foi a dimensão desta oferta que os médicos designaram o efeito da prenda de Secretário nos adeptos portistas como o “Reflexo de Chainho” – ou uma forte enxaqueca, simultânea a uma enorme incredulidade, traduzindo-se num levar de mãos à cabeça e num sibilino desabafo de “aaiiiiiiiiiiiii, que já fomos!”.
- Jardel: a maior cabeça do futebol indígena – definitivamente, não pela sua dimensão intelectual mas sim pela sua eficácia concretizadora usando a testa – viria, um par de anos depois, a fazer uma temporada brilhante no grémio de Alvalade. Nesse ano, monsieur Bölöni a été très content avec lui et son père, João Pinto, e tudo correu às mil maravilhas sob o signo do guaraná. Sol de pouca dura, porém, porque depois de piscinas e etc. a carreira de Super Mário ficaria como ele próprio nesta foto – de tanga.
- Domingos: a sombra de Jardel, que apenas jogara escassos minutos neste jogo, parecia ser o mais bem-disposto deste grupo, dançando e cantando com uma camisola do Sporting a cobrir-lhe as partes baixas. O Sporting era, aliás, o seu alvo predilecto e aquela camisola parecia uma espécie de troféu de caça. O canto de Alvalade já lhe tinha sido lançado havia pouco tempo, mas Mingos jurava fidelidade azul-e-branca. Pois é, passada cerca de uma década, eis que Mingos vê-se a liderar as hostes verdes-e-brancas e com um cabelo com muito mais estilo.
- Clayton: marcou um golo nesse jogo e estava a viver nos píncaros da sua carreira, depois de ter despontado no Santa Clara – o que, por si só, foi um feito. Depois, viria a ser trocado por esse eterno miúdo que nunca usou Clearasil que era Ricardo Fernandes e partiria de malas e bagagens para o Real Madrid (estou a brincar, era mesmo o Sporting) e aí conheceria os últimos e ténues raios de luz de uma carreira a descair para o ocaso. Há quem diga que se dedicou a fazer de garoto-propaganda da Pizza Hut. Mas deixem lá, que George, o seu sidekick no Santa Clara, após uma carreira nos Açores e nesse colosso venezuelano que é o Carabobo FC, certamente não fez melhor.
- Rubens Júnior – de facto, este não teve nenhuma relação especial com o Sporting. Ainda bem para o clube. Todas as fotografias têm o seu Emplastro e alguém que segura a Taça para que os outros se possam divertir à vontade.
3 comentários:
De facto, é uma imagem curiosa ver Domingos a festejar efusivamente um triunfo contra o clube que actualmente defende. Já Secretário ficará para sempre ligado como o "assistente" do grande Acosta.
O Rubens Júnior:
http://www.youtube.com/watch?v=BSrLeh4NDZc
Se em vez disto se tivesse dedicado ao agitamento de maracas, também teria uma relação com o sporting. Assim acho que não...
"Secretário foi apresentado num dos contentores colocados por trás da bancada nascente do antigo Estádio Engenheiro Vidal Pinheiro, em Paranhos, no Porto, onde funcionam serviços como a secretaria e o posto médico.
«Os contentores são do clube, mas o espaço é da Metro do Porto», disse Vítor Barros."
VIVA O SALGUEIROS! CARALHO!
ass:
VIDAL PINHEIRO
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